sábado, 8 de março de 2008

ESSÊNCIA - LUIZA MATOS

Que fraqueza que nada! Gostamos é de força, de luta! Acomodadamente esperamos a transformação. Mas que mentira! Somos a revolução!
Quanta gentileza, obrigada. Mas quanto me custou esse agrado? Nunca és gratuito.
Imperceptíveis? Jamais. Ainda que com um suave perfume, absorvemos todo o ar.
Mas que sorriso é esse? O que eu falei? Ah, entendi! Olhou o que não consigo enxergar por causa da minha mania de perfeição. Mas é claro, estava explicito, agora sei, não era algo novo, sou a mesma.
Quer me cuidar? Mas faça direito. Um deslize e não terás como se proteger. Somos caprichosamente maquiavélicas.
Não esqueças de lembrar o que todos os dias, ainda que com certa confiança, me pergunto. Não fale somente com os olhos, balbucie seus sentimentos, os mais encantadores, que são atribuídos a mim.
Não me esqueceste por nenhum dia? É, eu já sabia. Gosto e faço com que eu tenha o domínio controlado de cada pedaço teu. Sou delicada, mas não se engane. Posso sempre surpreender, afinal, sou mulher.