quarta-feira, 9 de abril de 2008

Matrimônio (Sem plural) - Levi de Freitas

MATRIMÔNIO (SEM PLURAL) - Levi d'Freitas

Tomei por esposa minha solidão.

Dela só largo se me tomarem pela mão

e me conduzirem à outra estação,

aonde eu não mande mais em meu coração.

Ou, alternativa,

esta, mais sem sentido:

seria fazer-me viver de novo a vida,

porém sem me ter dado por entendido

tudo que descubro sem querer,

querendo apenas descobrir

que estive sempre errado ao me fazer

errar para não atingir.

Tomei por esposa minha agonia.

Esta, agora, é minha filosofia:

sem amores, sem rancores.

Sem dúvidas, sem temores.

Sem dores

ou problemas sem final.

Sem ditadores

ou palavras no plural.

3 comentários:

Janaína Bandeira disse...

Olha Levi, vc está cada vez mais parecido com um poeta... Rrsrsrsrsrsrs... Show de bola!!! Continue sempre assim: Escrevendo belíssimos textos, poesias, crônicas.......

Anônimo disse...

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Carlos Eduardo Sampaio disse...

Olá Levi, belo texto. Cada vez mais azevedista, ou seria alvarista? O importante é que palvras aparecem, e aparecendo, te desnudam o rosto. Parabéns!