sexta-feira, 19 de outubro de 2007

MUNDANA - LEVI DE FREITAS

Mundana - Levi d'Freitas

Sinto o cheiro do gudang.

À minha frente, um maço e tchan-tchan:

Gudang achado, pra ficar relaxado.

Meu suor escorre na mesa deste bar.

Reviro a carteira, com quanto posso me embebedar?

Cervejas viradas, já não me fazem efeito.

Me traga um whisky, me mostra teu peito,

Meretriz insolente! Tu cobras e descobres;

Tu sentas e atiças meus sentidos menos nobres.

Numa cruzada de pernas me levou o juízo:

Senhor, meu Deus! Estou à beira do abismo!

Converta-me, Deus, me tire deste chão!

Mas não hoje, Senhor, hoje eu sou mesmo este cão.

De rosto prostado, abatido e acabado;

De mãos a pender sobre a mesa, drogado.

Bêbado e feliz.

De coração vazio e um forte cheiro no nariz:

Cheiro de gudang.

Me devolva meu maço, meretriz infeliz!

3 comentários:

Paulo Cesar Sampaio disse...

Olá,Levi! Você tem veia poética - dúvida não há! Caso você goste de vinho, sinta-se, desde já, parte de minha fraternidade: VINUS - sempre um bom vinho junto aos amigos... Abs PCSampaio

Unknown disse...

Camarada, vc tá bem, hein? Gostei demais. Não pare, não deixe morrer nunca essa coisa que te arrebata e te põe a mexer c'oas palavras e os sentimentos tudomisturado.
Abraço
LG Capaverde

Luiza Matos disse...

Pense... garoto, não sabia que tinha um amigo tão poeta assim.
Toh adorando as textos. DEveria escrever um a cada dia - pelo menos- pra eu ler!
Bju.