Serás tua própria testemunha do que vou te dizer hoje.
Sou o EU, que de ti recebe todas as dores.
Por que esqueces de mim quando rires?
Mas em mim encosta teu ventre convulso quando soluças em pranto?
Sou o EU, que com prazer e resignação sofre junto contigo.
Nesse teu calar angustiante e mesquinho.
Sou o EU, que te recebe de braços abertos, para contigo somente.
Dar gritos de ‘melhor para nós’, quando só me caberia ser prudente.
Vangloriava-me no passado, para que através de mim irradiasse de ti uma fortaleza.
Hoje esquece-me e te acovardas no EU dos outros.
Sou o EU, então que suporta toda a tua vergonha, humilhação e desrespeito para contigo.
Sou o EU, que pede apenas um pouco de tua atenção.
Pois equilibro teus temores e sonhos para que não enlouqueças.
Por que procuras o EU dos outros para te fortalecer?
Não precisas! Você não sabe o quão forte me tornei.
Carrego dentro de mim marcas só comparadas a flagelos antigos.
Achas que eu não suporto uma perda de um ente querido?
Morres junto com ele se pensas assim.
Achas bem que eu não suporto frustrações profissionais?
É o mais fácil, por ser tão fácil me aborrecerias com isso.
Achas que não suporto até mesmo mediocridades romanceadas?
O coração por ser o mais frágil, é justamente o que controlo com mais facilidade.
Enfim, dou-te provas mais do que contundentes que se procuras o EU de outros.
Para que possas te aliviar, consolar e aconselhar.
É por que não mereces e nunca mereceu o EU que tens.
Sou o EU do teu ser e da tua circunstância.
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