terça-feira, 20 de novembro de 2007

ESCOLHESTE-ME - LUIZA MATOS

Escolheste-me - Luiza Matos


Não te encantes comigo!
Não beneficiarei em nada tua vida.
À sua saúde, serei prejudicial.
Exijo total exclusividade.
Quando faço com que proves um pouco, sempre quero que vá até o fim – mesmo que ele não exista.
Invado, descaradamente, teus pensamentos.
Envolvo, compulsivamente, tuas mãos.
Não será possível que faças análise sem que me inclua como motivo central da tua loucura.
Minhas extensões são firmes.
O medo que tinhas quando não me conhecias, agora será intensamente constante.
Viverei essencialmente cada momento teu.
Escolheste-me entre tantas!
Mesmo que te avisassem que nada eu valia.
Que estavas fazendo investimento banal, estudo inoportuno.
Mas não me abandonaste.
Falaram-te do estado de miséria que viverias até o fim da vida.
Mas mesmo assim, não desististes de mim.
Depois que experimentastes, tornastes dependente.
Não há quem te impeça de ser jornalista.
Mesmo que jamais publique o que escreves, não consegues parar.
Sabes que não tem jeito.
Agora és meu.
Realmente, exerço fascínio!

Luiza

3 comentários:

Escritos do Sol e da Lua disse...

Uau!
O jornalismo realmente entrou nas tuas veias.
Aproveita e não o largues.
Beijo
LG Capaverde

Janaína Bandeira disse...

Caramba, Lu. Isso é que é amor. Simplesmente adorável. Bjs!!!

Anônimo disse...

Não sabia que o jornalismo poderia virar tanto assim a cabeça de uma pessoa. se o vício realmente toma conta sem que percebamos, então entrego de todo gosto minha veia para receber o veneno.