quinta-feira, 15 de novembro de 2007

ÀS 8, NO 7 - LEVI DE FREITAS

ÀS 8, NO 7 – Levi d’Freitas

Chego ao topo, fatigado. Recompensado sou, pela visão ao meu redor do ponto acima de si mesmo. Ouço o vento que me bagunça o cabelo e me beija a face. Ao horizonte, vejo a cor do fim do dia, a aurora da saudade dos momentos que se vão. Sobre mim, apenas o céu e as estrelas. Até a lua fez o favor de não me seduzir por este instante.

Ao longe, sinais de um mundo que não pára, o brilho artificial da cidade em chamas. Aos meus ouvidos, nitidamente, a conversa das nuvens com o tempo, o passeio da vida com o vento.

No parapeito, eu encosto meus sentidos. Escrevo linhas sem sequer enxergá-las. Minha caneta, tal qual carnívora, devora-me o caderno enquanto observo este chão tão esquecido, este lugar intrigante e soberbo, imponente e sedutor, famigerado em se fazer senhor de nós.

E assim, são 20 horas, no 7º andar da faculdade.



* (A Faculdade Sete de Setembro possui cinco andares ativos. Existem, contudo, dois andares construídos acima do andar de comunicação social (5º) que estão desativados. O "7º andar" é o esquecido e isolado térreo.)


4 comentários:

Luiza Matos disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Luiza Matos disse...

Comentário é algo relevante? Então tá...
Transformou um lugar "escondido" em conhecido ao mundo: escreveu-o! Merecida homenagem.
:)**

Janaína Bandeira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Janaína Bandeira disse...

Bem, eu agora quero conhecer o sétimo andar... Gostei, Levi!!!